Ronco e Apnéia
O Ronco é o ruído gerado pela vibração das estruturas moles das vias respiratórias superiores com a passagem do ar. Estas estruturas moles são os cornetos, as adenóides, o palato mole, a úvula ou “campainha”, as amígdalas, a língua e, em algumas situações, as cordas vocais. O aumento ou flacidez destas estruturas pode gerar o ruído durante a passagem do ar. Algumas alterações anatômicas como desvios do septo nasal, retrognatia (queixo posteriorizado), aumento de volume da epiglote (na laringe), podem favorecer o aparecimento do ronco. Doenças como rinite alérgica, sinusites, inchaços das cordas vocais, obesidade, hipotireoidismo, entre outras, podem favorecer o ronco. A Apnéia é o bloqueio da passagem do ar pelas vias respiratórias altas, por pelo menos 10 segundos, gerado também pelas alterações acima citadas como geradoras de ronco, além de algumas outras não citadas. O paciente relata acordar com o próprio ronco, assustado, de sobressalto enquanto os familiares relatam observarem o paciente parar de respirar por alguns segundos enquanto dorme, habitualmente, enquanto ronca. Mas nem todo paciente que ronca tem apnéia e nem todos os que tem apnéias, roncam embora, esta situação seja menos comum.
Estas duas situações geram um problema familiar e social importante muitas vezes, fazendo com que o companheiro durma em outro quarto, ou que o paciente se constranja em dormir perto de outras pessoas como acontece nas viagens. Gera ainda uma sonolência diurna que pode resultar em redução da produtividade no trabalho, aumento do índice de acidentes, sedentarismo e conseqüente obesidade. Além disso, diversos outros problemas são associados como resultantes da Síndrome da Apnéia e Hipopnéia Obstrutiva do Sono (SAHOS), como alterações cardíacas, irritabilidade, pigarro, ressecamento da boca, tosse, piora alterações pulmonares, depressão, entre outras.
Atualmente, diversas formas de tratamento visam reduzir os roncos e apnéias. Os métodos chamados “comportamentais” visam mudar maus hábitos do paciente visando emagrecer, evitar bebidas alcoólicas e comer muito à noite, evitar o uso de tranqüilizantes, cigarro, praticar exercícios físicos, etc. O tratamento de algumas doenças como rinites, sinusites, hipotireoidismo, etc., também colaboram. Aparelhos dentários, usados ao dormir e desenvolvidos especialmente para o ronco e apnéia, podem ser úteis em alguns casos. Alguns casos podem ser beneficiados com cirurgias ao nível de nariz ou garganta. O “CPAP” é um aparelho utilizado com uma máscara nasal, que envia ar sob pressão pelas vias aéreas do paciente enquanto este dorme, evitando que estas obstruam. Alguns outros tratamentos também podem ser úteis como: tratamento de doenças neurológicas, ortognáticas, psiquiátricas, entre outros. Alguns exames como polissonografia, sonoendoscopia, tomografia computadorizada, endoscopia nasal e laríngea, cefalometria, colaboram muito no diagnóstico. A adequada avaliação médica é que irá definir a forma de conduta a ser utilizada em cada caso já que cada paciente apresenta uma anatomia e particularidades distintas.