gripe em idosos

Por que a gripe costuma ser pior nos idosos?

As formas de contágio de gripes, assim como a taxa de contágio, são as mesmas, independentemente da idade. A gripe é uma infecção viral causada pelo vírus influenza (o qual possui inúmeros subtipos, como o influenza B, o H1N1 e o H5N1), que acomete as vias respiratórias. É uma doença bastante comum e, na maioria dos casos, não deixa sequelas nem oferece riscos à saúde. Porém, a gripe em idosos pode ser pior, já que as infecções respiratórias (causadas por gripes, resfriados e até por quadros alérgicos recorrentes) podem trazer complicações graves, levando o paciente à internação hospitalar e, em casos mais graves, ao óbito.

Segundo relatório do Ministério da Saúde, em 2019, o Brasil teve 1.109 óbitos decorrentes de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) causada por influenza, ou seja, por complicação de gripe. Do total de óbitos, 54,6% foram de pessoas com mais de 60 anos; 35,9% de pacientes com doenças cardiovasculares; 27,6% de pessoas com diabetes.

POR QUE A GRIPE COSTUMA SER MAIS GRAVE EM IDOSOS?

Com o passar dos anos, o organismo vai perdendo células, e algumas células têm sua função reduzida e isso prejudica diversos processos as células do corpo. Após os 60 anos, há uma queda na produção de interferon, principal proteína
produzida pelos leucócitos para estimular a atividade de defesa celular. Por essa razão, o sistema imunológico é um dos mais afetados pela idade. Pessoas idosas têm a capacidade de defesa reduzida, ficando mais suscetíveis a possíveis complicações da gripe, como a pneumonia. Além da gripe, o declínio funcional do sistema imunológico dos idosos pode facilitar o desenvolvimento de pneumonia bacteriana, além de agravar condições crônicas, como insuficiência cardíaca e renal, diabetes e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

Desse modo, a gripe em idosos nunca deve ser vista como uma doença corriqueira. É preciso redobrar os cuidados com hidratação e alimentação, ficar atento aos sintomas e buscar ajuda médica a qualquer sinal de complicação,
como: febre alta e persistente durante dois ou três dias, superior a 38,5ºC; reaparecimento de febre alta após um período de ausência; dificuldade para respirar / falta de ar; alteração do estado de consciência; confusão mental; prostração; expetoração com sangue; náusea ou vômitos.

IDOSOS E CORONAVÍRUS

O funcionamento do coronavírus Sars-CoV-2, responsável pela covid-12, ainda é novidade para a medicina e demais ciências, pois foi descoberto muito recentemente e há poucos dados sobre seu comportamento ao longo do tempo. Porém, estudos iniciais – que tomaram como base dados obtidos após o surto inicial na China – já nos permitem afirmar que, embora a taxa de contágio seja a mesma para todas as faixas etárias, os pacientes idosos são os que mais sofrem com a doença.

A Revista Nature, na edição de março de 2020, publicou uma pesquisa que constatou que pessoas com covid-19 com mais de 59 anos têm cinco vezes mais chances de morrer da doença que pacientes entre 30 e 58 anos. É importante
considerar que a taxa de mortalidade entre os idosos com covid-19, assim como na gripe, também se deve à perda das funções do sistema imunológico, e à presença de comorbidades, comuns da idade.

PREVENÇÃO CONTRA GRIPE

Por serem os mais sensíveis ao vírus da gripe, os idosos são priorizados no programa anual de vacinação contra a gripe. E, devido às mutações e à ação da vacina, é fundamental que uma nova dose seja aplicada a cada ano. Essa é a única maneira de se combater a gripe. Mas vale ressaltar que há inúmeros subtipos de influenza, e as vacinas disponíveis no Brasil são trivalentes (protegem contra três cepas do vírus) ou tetravalentes (protegem contra quatro cepas do vírus).

Por isso, além de se vacinarem anualmente, é preciso que os o idosos mantenham uma alimentação saudável, tenham o hábito de ingerir água e de se exercitarem regularmente, pois essas medidas ajudam a fortalecer o sistema
imunológico. É recomendado, ainda, que se evite lugares fechados e/ou com muita gente (principalmente enquanto durar a pandemia causada pelo coronavírus).