Existe idade certa para um bebê começar a falar? Saiba quando é preciso fazer exames de audição em bebês

A primeira palavra de um bebê é um momento muito esperado por pais, mães, avós. “Ele já fala?” é uma frase repetida por amigos e familiares que que, algumas vezes pode até causar ansiedade e preocupação, caso o bebê demore a falar. Na maioria das vezes, essa “demora” é normal, afinal, cada bebê tem seu ritmo de desenvolvimento. Entretanto, há casos em que os pais precisam ficar atentos, pois a ausência, o atraso na fala dos bebês ou a deficiência no falar pode estar relacionada a um problema de audição ou neurológico, ou a outras condições como autismo, deficiências cognitivas ou má formação no aparelho fonador.

A audição é fundamental para a aquisição da linguagem, e esse processo começa ainda no período gestacional. O bebê começa a ouvir sons por volta da 12ª semana de gestação, e a partir da 24ª semana, é capaz responder com movimentos aos estímulos sonoros (principalmente à voz materna). Poucos dias após o nascimento, inicia-se o reconhecimento das vozes e de outros sons, que evolui continuamente até que o bebê comece a balbuciar e, meses depois, a emitir as primeiras palavras.

COMO DEVE SE DAR O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM EM BEBÊS

Como já foi falado, a aquisição da linguagem não é um processo que ocorre da mesma forma em todos os bebês. Há diversos fatores que influenciam um bebê falar mais cedo ou mais tarde. De maneira geral, espera-se que o bebê:

Entre zero e três meses: consiga prestar atenção nos sons, se acalmar com a voz dos pais e pessoas mais próximas e emitir alguns sons;
Entre três e seis meses: emita sons com diferentes entonações, com uma conversa, e imite alguns sons;
Entre seis e doze meses: entenda o significado de palavras curtas e muitas vezes repetidas, como “não” e “tchau”, e comece a falar sílabas, como “mamã” e “papa”;
Entre um ano e um ano e meio: seja capaz de combinar palavras simples;
Entre um ano e meio e dois anos: combine palavras e tenha um vocabulário com cerca de 20 palavras.

POSSÍVEIS CAUSAS DE ATRASO NA FALA DOS BEBÊS

São várias as possíveis causas pelo atraso da fala em bebês. Elas podem ser sensoriais, como problemas auditivos; alterações do neurodesenvolvimento, como deficiência intelectual e autismo; distúrbios específicos de linguagem ou apraxia da fala, que é quando a criança sabe que quer dizer, mas há uma espécie de falha no cérebro, que não a permite programar a sequência de movimentos para produzir sons da fala.

PROBLEMAS AUDITIVOS PODEM CAUSAR ATRASO NA FALA DOS BEBÊS OU ATÉ AUSÊNCIA DE FALA

A audição é fundamental no processo de aquisição da linguagem. Quando a criança não tem esse sentido desenvolvido corretamente acaba perdendo não somente a capacidade de adquirir linguagem como, dependendo da demora em se iniciar o tratamento (ou inadequação do tratamento), pode sofrer déficits cognitivos.

Por isso, o diagnóstico correto e precoce é essencial para que se inicie o tratamento adequado e para que a criança se desenvolva sem prejuízos motores e cognitivos. Uma das maneiras de diagnosticar precocemente deficiência auditiva em bebês é pelo “teste da orelhinha”, o teste de emissões otoacústicas, realizado ainda na maternidade, nas primeiras horas após o nascimento. Esse teste é obrigatório, rápido e indolor.

Os distúrbios de audição em bebês e crianças merecem atenção, pois, quando não tratados corretamente, afetam o desenvolvimento educacional, emocional e social dos pequenos, afetando seu bem-estar e qualidade de vida.

QUAL O TRATAMENTO PARA CRIANÇAS COM ATRASO NO DESENVOLVIMENTO DA FALA

Após avaliação e diagnóstico, é possível começar o tratamento, que, obviamente, depende da causa do atraso. Geralmente, a primeira consulta é feita por um médico pediatra, que encaminha o paciente para um otorrinolaringologista ou para um neurologista.

Quando a causa é auditiva, podem ser necessário o uso de aparelhos auditivos ou implante coclear e o tratamento conjunto com fonoaudiólogos, psicopedagogos e psicoterapeutas.

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