Emissão otoacústica: Como e quando realizar o “teste da orelhinha”?

Quando um bebê nasce, há uma série de exames e procedimentos que devem ser feitos nas primeiras horas (ou dias) de vida. Muitos desses testes são obrigatórios, e a realização deles é fundamental para avaliar a saúde geral do bebê e detectar possíveis problemas congênitos, que devem ser tratados o quanto antes, para que se alcancem resultados mais consistentes. Os principais testes realizados em recém-nascidos são:

– Teste do pezinho, capaz de detectar seis doenças, como anemia falciforme e fibrose cística, entre outras;
– Teste do olhinho, que avalia a saúde do globo ocular, do fundo de olho e do nervo óptico;
– Tipagem sanguínea;
– Teste do coraçãozinho, que identifica o nível de oxigênio no sangue e a existência de doenças cardíacas;
– Teste do quadril, que detecta possível encurtamento de membros;
– Teste da linguinha, realizado por um fonoaudiólogo, responsável por avaliar alterações funcionais na língua, que possam prejudicar a fala, a mastigação e a amamentação;
– Teste da orelhinha, o qual, basicamente, detecta problemas auditivos.

TESTE DA ORELHINHA: QUANDO DEVE SER FEITO?

O teste da orelhinha ou exame de emissão otoacústica deve ser realizado no segundo ou terceiro dia de vida do recém-nascido, na maternidade, ou até o terceiro mês, em bebês nascidos fora de um hospital / maternidade, e tem como função avaliar a integridade auditiva em bebês.

Em adultos, o exame de emissão otoacústica pode ser solicitado para pesquisar as condições de funcionamento da orelha interna em paciente com queixas relacionadas à audição, como dor, zumbido, irritação e hipoacusia (perda parcial ou total da audição).

COMO É FEITO O TESTE DA ORELHINHA?

Emissões otoacústicas (EOAs) são sons gerados dentro da cóclea normal, espontaneamente ou em resposta à estimulação acústica. Há dois fenômenos básicos de EOAs, as emissões otacústicas espontâneas; e as emissões otoacústicas evocadas, esta última são as provocadas durante a realização do exame.

As emissões otoacústicas evocadas são uma resposta a um estímulo acústico e depende de propriedades ativas da cóclea. Essas emissões constituem um índice muito sensível da integridade do mecanismo auditivo, uma vez que a resposta desaparece quando existe qualquer anomalia funcional significativa no ouvido interno ou médio.

Esse eco, ou EOA, pode ser captado por um microfone acoplado a uma sonda colocado no conduto auditivo externo. As EOA avaliam a integridade coclear. Ou seja: o médico ou fonoaudiólogo coloca um aparelho de emissões otoacústicas evocadas próximo à orelha do bebê. Esse aparelho produz estímulos sonoros bastante leves e mede o retorno dos estímulos. Desse modo, é possível avaliar as estruturas do ouvido interno. O exame é indolor e deve ser feito enquanto o bebê está dormindo.

PRINCIPAIS CAUSAS DE PROBLEMAS AUDITIVOS EM BEBÊS

Caso o teste da orelhinha detecte algum problema, há indicação de exames complementares, que devem ser realizados para avaliar a gravidade desse problema. A incidência de problemas auditivos em bebês é de seis casos para mil nascidos vivos, de acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde da Atenção Primária à Saúde (BVS APS).

As causas dos problemas auditivos em bebês são malformações congênitas, doenças genéticas e doenças infecciosas das gestantes (durante a gravidez), como rubéola e toxoplasmose).

IMPORTÂNCIA DO TESTE DA ORELHINHA

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 288 milhões de pessoas sofrem com perdas auditivas de grau moderado a profundo, dessas, 80% vivem em países em desenvolvimento. Ainda de acordo com a OMS, metade desses casos poderia ser prevenida e seus efeitos minimizados se a intervenção fosse iniciada precocemente, pois são raros os casos que não têm tratamento.

Por isso, é fundamental detectar precocemente quaisquer má formações ou doenças no sistema auditivo, isso permite que a criança seja tratada corretamente e tenha o acompanhamento de médico e fonoaudiólogo, minimizando os danos ao desenvolvimento psicomotor e à aquisição da fala.